02 janeiro 2017

Renove a fé no ano novo - parte 1

“Nada contribui tanto para destruir nossa estima para com o Santíssimo Sacramento como a rotina. Celebrar a Missa automaticamente, aproximar-se dos sacramentos de maneira descuidada e distraída, é considerar os grandes dons e mistérios de Deus como se fossem objetos e fatos semelhantes a todas as coisas materiais que fazem parte de nossa vida. Em tais circunstâncias, nossa fé tende a degenerar em superstição e vã observância de preceitos; a tornar-se uma espécie de ceticismo prático, sob a aparência externa de piedoso conformismo. Deus, então, retira-se de nossa vida e essa ausência se torna patente a todos, menos a nós próprios. A grande tragédia do nosso tempo – se podemos ter a ousadia de dizê-lo – é que haja tantos cristãos sem Deus, isto é, cristãos cuja religião é questão de puro conformismo e conveniência. Para esses, a ‘fé’ pouco mais é que uma evasão permanente da realidade – uma acomodação com a vida. A fim de evitar a desagradável verdade de que não têm mais necessidade alguma, real, de Deus, nenhuma fé vital nele, conformam exteriormente sua conduta à de outros como eles. Esses ‘crentes’ se agrupam, oferecendo-se mutuamente uma aparente justificativa para vidas que são, essencialmente, semelhantes às de seus vizinhos materialistas, cujos horizontes são puramente os do mundo com seus valores transitórios.”
(Vozes, 1963), pág. 23-24

Nenhum comentário: