26 dezembro 2016

O mistério da Encarnação


“O cristianismo é mais que uma doutrina. É o próprio Cristo vivendo naqueles que uniu a si em um só Corpo Místico. É o mistério pelo qual a Encarnação do Verbo de Deus continua e se estende através dos séculos, penetrando nas almas e na vida de todos os homens, até a consumação final do plano de Deus. O cristianismo é a ‘restauração de todas as coisas em Cristo’ (Ef 1, 10)”

(Vozes, 1963) pág. 13

25 dezembro 2016

Gostar do que Ele gosta

25 de dezembro – Dia de Natal

“Ontem caiu a primeira neve de inverno e, à noite passada, antes da Missa de meia-noite, alguém me disse, com um furtivo sinal, que a neve estava caindo novamente. Assim, a manhã de hoje está linda, mas não apenas porque há muita neve. Ela está rala como o açúcar no mingau dos monges de menos de vinte e um anos que não podem jejuar, e a grama reponta por debaixo dela, em todos os lugares. Nem está bela a manhã porque o céu brilhe, pois está escuro. Faz bonito dia porque é Natal.

(...) Mas o Natal nos é dado para que possamos amar a espécie de humildade que é amor e inclui contrariedades, dificuldades e todas as outras coisas, com alegria. Talvez Ele me dê alguma parte da alegria que sente em estar na manjedoura. Como posso dizer que O amo até que venha a gostar do que Ele gosta? ”

(Mérito, 1954) pág. 166-167

19 dezembro 2016

Pertenço à solidão

13 de dezembro de 1958. Santa Luzia

“(...) A opressiva mistura de objetos, bens, atividades destituídos de significação – a caótica e indiscriminada sucessão de ‘coisas’ boas, más e insignificantes que desabam sobre você a todo instante livros, revistas, comida, bebida, mulheres, cigarros, roupas, brinquedos, carros, drogas. Somem-se a isso a ‘decoração’ da cidade para o Natal, anônima e descaracterizada, e as pessoas a correr de um lado para outro comprando coisas, por uma única e exclusiva razão, que é a de estarmos agora numa época em que todo mundo compra coisas.

Andando por Bardstown, fora da Kroger’s, no frio, saudado por homem, mulher e criança. Pensei que nunca, nunca eu poderia encontrar sentido na vida fora do mosteiro. Sou um solitário e isso é tudo. Gosto bastante de pessoas, mas pertenço à solidão.

Foi bom voltar e cheirar o ar doce das matas e ouvir o silêncio”.
Merton na intimidade
(Fissus, 2001) pág. 152-153

12 dezembro 2016

Bendito é o fruto de teu ventre

“Cristo, desde o berço eu Te conheci por toda parte,
E mesmo que pecasse, eu andava em Ti, e sabia
Que Tu eras meu mundo:
Tu eras a minha França e minha Inglaterra,
Meus mares e a minha América:
Tu eras a minha vida e o ar que respirava.”
Diálogos com o Silêncio – orações e desenhos, Thomas Merton
(Fissus, 2003) pág. 127

05 dezembro 2016

Não se perca nenhum desses pequeninos

“Não vamos para o deserto com o intuito de fugir das criaturas e sim para aprender como encontrá-las. Não nos separamos delas com o fim de não mais nos interessarmos por elas, mas para encontrar o melhor modo de lhes fazer bem.”

(Fissus, 1999) pág. 83