29 fevereiro 2016

O verdadeiro recolhimento quaresmal

“O verdadeiro recolhimento conhece-se pelos efeitos: paz, silêncio interior, tranquilidade de coração. O espírito recolhido é quieto e desprendido, ao menos em suas profundezas. É impassível, com as paixões momentâneas em repouso. (...) Mas como os frutos do recolhimento vêm da humildade e da caridade, e de outras virtudes cristãs fundamentais, é claro que não pode haver recolhimento genuíno senão quando essas virtudes concorrem para dar-lhe substância e realidade.
(...)



22 fevereiro 2016

Quaresma também é tempo de misericórdia


"A misericórdia cura tudo. Cura corpos, espíritos, sociedade e história. É a única força que pode realmente curar e salvar. É a força que foi trazida ao mundo no grande evento escatológico da Cruz, a fim de que o homem pudesse ser totalmente renovado, e de que o Dasein desesperançado e torturado pela culpa da pessoa humana perdida pudesse se encontrar reconciliado, na liberdade e na misericórdia, com as necessidades e destinos dos outros e do próprio mundo. A misericórdia cura a raiz da vida, curando nossa existência do desespero autodevorador que projeta seu próprio mal no outro como uma exigência e uma acusação”.

Amor e vida, Thomas Merton (Editora Martins Fontes),2004, pág. 228

15 fevereiro 2016

Quaresma: Tempo de renúncia


"A melhor tática, senão a única, para lutarmos contra vícios deliberados e evidentes é uma estratégia organizada, de resoluções e penitências.”

Novas sementes de contemplação, Thomas Merton (Editora Fisus),1999, pág. 251

10 fevereiro 2016

Quaresma: Tempo de restauração


"Devemos lembrar-nos do sentido original da Quaresma, ver sacrum, a 'fonte sagrada' da Igreja na qual os catecúmenos eram preparados para o batismo, e os penitentes públicos purificados, pela penitência, para a restauração da sua vida sacramental em comunhão com o resto da Igreja. Portanto, a Quaresma, é mais tempo de cura do que de punição.”

Tempo e Liturgia, Thomas Merton (Editora Vozes),1968, pág. 116

01 fevereiro 2016

O fundamento da solidão

"Está verdadeiramente só quem está escancarado para o céu e para a terra e não está fechado para ninguém.

O Amor não é um problema, nem uma resposta a uma pergunta. O Amor não conhece nenhuma pergunta. Ele é a base de tudo, e as questões só surgem na medida em que estamos divididos, ausentes, separados, alienados desse fundamento.

Mas a natureza exata de nossa sociedade é provocar essa divisão, essa alienação, essa separação, essa ausência. Daí vivermos num mundo no qual, embora o entulhemos com nossas posses, nossos projetos, nossas explorações e nossas maquinarias, nós mesmos estamos ausentes. Daí vivermos num mundo no qual dizemos: ‘Deus está morto’, e dizemos isso, em certo sentido, com razão, por não sermos mais capazes de ter a experiência da verdade de estarmos completamente enraizados e fundamentados em Seu Amor.

Como podemos redescobrir essa verdade?"


Amor e vida, Thomas Merton (Editora Martins Fontes), 1ª Ed. 2004, pág. 18 e 19