30 junho 2014

O princípio de nossos atos

“É o fogo, e não a fumaça do fogo, que nos aquece. É o navio, e não o seu rastro, que nos leva. Assim também o que nós somos deve ser procurado nas invisíveis profundezas do nosso ser, e não na reflexão exterior dos nossos atos. Devemos encontrar o nosso eu verdadeiro, não na espuma excitada pelo choque do nosso ser com os entes ao redor, mas na alma, que é o princípio de todos os nossos atos.”

Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 109

23 junho 2014

Disciplina: liberdade espiritual

“Desejar uma vida espiritual é, assim, desejar disciplina. De outro modo, o nosso desejo é uma ilusão. É uma verdade que a disciplina é considerada uma força capaz de levar-nos, por fim, à liberdade espiritual. Entretanto, o nosso ascetismo não nos deveria tornar espiritualmente rígidos, embora flexíveis, porque rigidez e liberdade não se conciliam. Mas a nossa disciplina deve ter um certo elemento de severidade. Do contrário, ela nunca nos livrará das paixões.”

Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 105

16 junho 2014

Amar num nível mais alto

“Quem ama a Deus mais que do que a si mesmo é capaz de também amar as pessoas e as coisas pelo bem que elas possuem em Deus. Equivale a dizer que ele ama a glória que as coisas rendem a Deus: porque essa glória é o reflexo de Deus na bondade, comunicada por Ele às criaturas. Tal homem é indiferente ao embate das coisas na sua própria vida. Ele só considera as coisas na sua relação à glória de Deus e à Sua vontade. Por maior que seja a sua utilidade e satisfação temporal, ele fica indiferente. Mas, quanto ao valor das coisas em si mesmas, ele não é mais indiferente do que em relação a Deus. Ama-as no mesmo ato em que ama a Deus. Isto é, ama no mesmo ato pelo qual renunciou a elas. E nesse amor que se afirma pela renúncia, ele as recupera num nível mais alto.”

Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 99

10 junho 2014

Renúncia

"A nossa renúncia é estéril e absurda se a praticamos por motivos errôneos ou, ainda pior, sem motivo válido. Por conseguinte, embora seja verdade que devemos renegar-nos a nós mesmo a fim de aceder a um verdadeiro conhecimento de Deus, é preciso também termos algum conhecimento de Deus e da nossa relação com Ele, para nos renegarmos inteligentemente."

Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 97

02 junho 2014

Vida espiritual

“Ter uma vida espiritual é ter uma vida que é espiritual em toda sua inteireza, uma vida em que as ações do corpo são santas por causa da alma, e a alma é santa por causa de Deus que habita e age nela. Quando vivemos essa vida, as ações do nosso corpo são dirigidas a Deus por Deus mesmo e Lhe dão glória, servindo, ao mesmo tempo, para santificarmos a alma.”

Homem Algum é uma Ilha, Thomas Merton (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 95