31 julho 2006

Deus em nós

“ Para encontrarmos Deus em nós, temos de parar de olhar para nós mesmos, de nos inspecionar e verificar no espelho da nossa futilidade; devemos contentar-nos em ser em Deus e de fazer o que Ele quiser, conforme as nossas limitações, julgando os nossos atos não à luz das nossas ilusões, mas à luz da Sua realidade que nos cerca nas coisas e pessoas com quem vivemos.”

No Man is an Island, de Thomas Merton
(Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, New York), 1955. p. 120
No Brasil: Homem algum é uma ilha, (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 111
Reflexão da semana de 31-07-2006

Um pensamento para recordar: “Não existimos só para nós mesmos…”
Homem algum é uma ilha, de Thomas Merton

24 julho 2006

Humildade e vida espiritual

“ É quase impossível superestimar o valor da verdadeira humildade e de seu poder na vida espiritual. Pois o primeiro passo na humildade é o primeiro passo no caminho da bem-aventurança, e a consumação da humildade é a perfeição e plenitude da alegria. A humildade contém em si a resposta a todos os grandes problemas da vida da alma. A humildade é a única chave que dá acesso à fé, início da vida espiritual, pois fé e humildade são inseparáveis. Na perfeita humildade desaparece todo egoísmo e a alma não vive mais para si nem em si mesma mas para Deus; na humildade a alma se perde de vista, mergulha em Deus e é nele transformada.”

New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton
(New Directions, New York), 1972. p. 181
No Brasil: Novas Sementes de Contemplação, (Editora Fissus, Rio de Janeiro), 2001. p. 179-180
Reflexão da semana de 24-07-2006

Um pensamento para recordar: “…a porta do céu está em todos os lugares”.
Reflexões de um espectador culpado, deThomas Merton

17 julho 2006

Nascer de novo

“ Há em nós um impulso que nos leva à novidade, à renovação, à liberação do poder criativo. Procuramos despertar em nós mesmos uma força que realmente mude nossas vidas de dentro para fora. Contudo, o mesmo instinto diz-nos que essa mudança é a recuperação do que temos de mais profundo, mais original, mais pessoal. Nascer de novo não é tornar-se outra pessoa, e sim tornar-nos nós mesmos.”

"Christian Humanism" in Love and Living, de Thomas Merton
Editado por Naomi Burton Stone e Patrick Hart, OCSO
(A Harvest/HBJ Book, Harcourt Brace Jovanovich, San Diego, New York, London), 1979. p. 196
No Brasil: "O humanismo cristão" in Amor e Vida, (Martins Fontes Ed., São Paulo), 2004. p. 206
Reflexão da semana de 17-07-2006

10 julho 2006

Aprender quem somos

“ A vida consiste em aprender a viver de maneira autônoma, espontânea e livremente: para isso é preciso reconhecer-se a si mesmo – estar familiarizado e à vontade consigo mesmo. Isso significa, basicamente, aprender quem somos e aprender o que temos para oferecer ao mundo contemporâneo e, depois, aprender como fazer para que essa oferta seja válida.

A finalidade da educação é mostrar a uma pessoa como se definir autêntica e espontaneamente em relação ao seu mundo – não é impor uma definição pré-fabricada do mundo e, menos ainda, uma definição arbitrária do próprio indivíduo. O mundo é feito de pessoas que estão plenamente vivas dentro dele: isto é, de pessoas que podem ser elas mesmas nele e podem nele estabelecer umas com as outras uma relação viva e frutífera. O mundo, portanto, é mais real na proporção em que as pessoas nele são capazes de ser mais plenamente e mais humanamente vivas: isto é, mais capazes de fazer um uso consciente e lúcido de sua liberdade. Basicamente, essa liberdade deve consistir, antes de tudo, na capacidade de escolherem suas próprias vidas, de se encontrarem no nível mais profundo possível. Uma liberdade superficial de vagar sem destino, ora aqui, ora ali, de experimentar isto e aquilo, de fazer uma escolha de distrações (…) é simplesmente um simulacro. Pretende ser uma liberdade de “escolha” ao passo que se esquiva da tarefa básica de descobrir quem é que escolhe. Não é livre porque não está querendo enfrentar o risco da autodescoberta.”

Love and Living, de Thomas Merton
Editado por Naomi Burton Stone e Patrick Hart, OCSO
(A Harvest/HBJ Book, Harcourt Brace Jovanovich, San Diego, New York, London), 1985. p. 3-4
No Brasil: Amor e Vida, (Martins Fontes Editora, São Paulo), 2004. p. 3-4
Reflexão da semana de 10-07-2006

03 julho 2006

Liberdade de escolha

“ A liberdade de escolha, em si, não é a perfeição da liberdade, mas nos ajuda a dar os primeiros passos em direção à liberdade ou escravidão, espontaneidade ou compulsão. A pessoa livre é aquela cujas escolhas deram-lhe o poder de andar com os próprios pés e determinar a própria vida de acordo com a luz e o espírito mais elevados que tem em si. O escravo, na ordem espiritual, é a pessoa cujas escolhas destruíram toda sua espontaneidade e a entregaram, de pés e mãos amarradas, às suas próprias compulsões, idiossincrasias e ilusões, de forma que nunca faz o que realmente quer fazer, mas apenas o que tem de fazer.”

The New Man de Thomas Merton
(Farrar, Straus, and Giroux, NY) 1961 p. 178-79

No Brasil: O Homem Novo (AGIR, Rio de Janeiro), 1966, p. 138
Reflexão da semana de 3-07-2006