01 maio 2006

Uma mistura de bem e mal

“ Há muito a dizer a favor e contra as ilusões e ficções incentivadas pelo desejo de auto-afirmação de certos grupos restritos. Na prática, eles de fato libertam o homem de suas limitações individuais e o ajudam, em certa medida, a transcender a si mesmo. E, se todas as sociedades fossem ideais, cada uma delas ajudaria seus membros a realizarem apenas uma auto-transcendência fecunda e produtiva. Mas, na verdade, as sociedades tendem a erguer o homem acima de si mesmo só na medida exata para torná-lo um instrumento útil e submisso em quem as aspirações, concupiscências e necessidades do grupo possam funcionar sem o empecilho de uma consciência pessoal delicada demais. A vida social tende a formar e educar as pessoas, mas geralmente à custa de deformação e perversão simultâneas. Isto porque a sociedade civil nunca é ideal, mas sempre uma mistura de bem e mal, e sempre tende a apresentar o mal em si mesma como uma forma de bem.”

Disputed Questions, de Thomas Merton
(Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, New York), 1960. p. 182-183
No Brasil: Questões abertas, (AGIR, Rio de Janeiro), 1963. p. 204-205
Reflexão da semana de 1-05-2006

2 comentários:

Anônimo disse...

O homem em si é bom e integro, a culpa é da sociedade com suas imposições e ditames que o leva a corromper-se.

Ora, essa sociedade é formada por homens bons! (segundo o pensamento acima) Será que a corrupção nasce na coletividade? quando eles ?estão juntos?

A mistura de bons e maus na nossa sociedade me faz lembrar do ser "Sal e Luz neste mundo", fazer a diferença!


Meus irmãos, o que voces acham?

Em Cristo,

Cristovao Junior
www.merton.cjb.net

Anônimo disse...

somos imagem e semelhança de Deus e por isso a bondade reside em nós... entretanto nos corrompemos pelo pecado... o mal, assim, também está em nós. Por causa disso ocorre a situação exortadaa por Paulo...de fazer o mal que não quero.... Penso que o que acontece em cada individuo reflete-se na sociedade civil e cabe a cada um com seu dicernimento perceber a real natureza das coisas.