26 dezembro 2005

Uma sabedoria diferente

“ Deve haver um momento no dia em que o homem que faz planos os esqueça e aja como se não tivesse feito plano algum.

Deve haver uma hora do dia em que o homem que precisa falar fique em total silêncio. E que sua mente não mais formule raciocínios e ele se pergunte: tinham algum sentido?

Deve haver um tempo em que o homem de oração vai orar como se fosse a primeira vez que ora na vida; quando um homem resoluto põe suas resoluções de lado como se todas tivessem sido quebradas e aprende uma sabedoria diferente: distinguir entre o sol e a luz, entre as estrelas e as trevas, entre o mar e a terra firme, entre o céu noturno e a encosta da colina. ”

No Man is an Island, de Thomas Merton
(Harcourt Brace Jovanovich, Publishers, New York), 1955. p. 260
No Brasil: Homem algum é uma ilha, (Verus Editora, Campinas), 2003. p. 218
Reflexão da semana de 26-12-2005

19 dezembro 2005

Procurar a Deus com perfeição

“ Nisso consiste, portanto, procurar a Deus com perfeição: afastar-se da ilusão e do prazer, das ansiedades e dos desejos mundanos, dos trabalhos que Deus não quer, da glória que é apenas exibicionismo humano; manter meu espírito livre de confusão, de modo que minha liberdade esteja sempre à disposição de Sua vontade; manter meu coração silencioso para ouvir a voz de Deus; cultivar a liberdade intelectual para com as imagens das coisas criadas, de modo a receber o contato secreto de Deus no obscuro amor; amar todos os homens como a mim mesmo... ”

New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton
(New Directions, New York), 1972. p. 45-46
No Brasil: Novas Sementes de Contemplação, (Editora Fissus, Rio de Janeiro), 2001. p. 52
Reflexão da semana de 19-12-2005

16 dezembro 2005

Entrega total

O retrato pintado por Jim Cantrell através de fotografias, reproduz com grande fidelidade os traços fisionômicos de Thomas Merton.

Deve-se destacar os detalhes nas dobras da cogula, uma veste branca envolvente, usada nas celebrações litúrgicas. Tem forma de cruz, que simboliza a entrega total do monge a Cristo.

12 dezembro 2005

Uma nova auto-descoberta

“ Descobrir a vida contemplativa é uma nova auto-descoberta. Pode-se dizer que é o florescer de uma identidade mais profunda em um plano totalmente diferente da mera descoberta psicológica, uma nova identidade paradoxal que só é encontrada na perda de si. Encontrar a si mesmo perdendo-se a si mesmo faz parte da 'contemplação'. Lembram do que diz o Evangelho Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á? (Mt, 16,25)


Seeds, editado por Robert Inchausti
(Shambhala Publications: Boston & London), 2002. p. 132
Publicado originalmente em Contemplation in a World of Action
(Garden City, NY: Doubleday), 1971. p.352
No Brasil: Contemplação num Mundo de Ação (Ed. Vozes, Petrópolis), 1975, p. 307
Reflexão da semana de 12-12-2005

05 dezembro 2005

O significado de minha vida

“ Tenho certeza de que o significado de minha vida é aquele que Deus quer para ela? Deus impõe de fora um significado para minha vida através de eventos, costumes, rotinas, leis, sistemas, choque com outros na sociedade? Ou sou chamado a criar a partir de dentro, junto com ele, com sua graça, um significado que reflete sua verdade e me faz ser a “palavra” dele falada livremente em minha situação pessoal?

Minha verdadeira identidade está escondida no chamado de Deus pela minha liberdade e resposta para ele. Isto significa que devo usar essa liberdade para amar, com toda responsabilidade e autenticidade, e não apenas recebendo uma forma que me é imposta por forças externas, ou moldando minha vida de acordo com padrões sociais aprovados, mas direcionando meu amor para a realidade pessoal de meu irmão, e abraçando a vontade de Deus em seu mistério nu e, muitas vezes, impenetrável. ”

Seeds, editado por Robert Inchausti
(Shambhala Publications: Boston & London), 2002. p. 132
Publicado originalmente in Cistercian Quarterly Review #18 (1983)
Reflexão da semana de 5-12-2005