28 março 2005

A força que nos é dada

“ Agora, com a ressurreição de Cristo, o poder da Páscoa irrompeu sobre nós. Agora, encontramos em nós uma força que não é nossa e que nos é dada livremente sempre que dela necessitamos, elevando-nos acima da Lei, dando-nos uma nova Lei que se acha escondida em Cristo: a lei de seu amor misericordioso. Agora, não mais nos esforçamos por sermos bons porque somos obrigados a isso, porque é um dever, e sim porque é uma alegria agradar ao Senhor que nos deu todo o seu amor! Agora, nossa vida esta repleta de sentido!

(…) Para compreender a Páscoa e vivê-la, temos de renunciar ao nosso temor da novidade e da liberdade!”

Seasons of Celebration, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux, New York), 1965. p. 145-146
No Brasil: Tempo e Liturgia, (Editora Vozes, Petrópolis), 1968. p. 148-149

Reflexões da semana de 28-03-2005

21 março 2005

A vontade de Deus

“ Como posso conhecer a vontade de Deus? Mesmo onde não há uma exigência mais explícita em relação à minha obediência, como seria no caso de uma ordem ou de um mandamento legítimos, a própria natureza de cada situação geralmente traz consigo alguma indicação da vontade de Deus. Pois tudo que é exigido pela verdade, pela justiça, pela misericórdia, ou pelo amor, deverá certamente ser tido como vontade de Deus.”
New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton.
(New Directions, New York), 1972. p. 18
No Brasil: Novas sementes de contemplação (Editora Fissus, Rio de Janeiro). 2001. p. 27
Reflexões da semana de 21-03-2005

14 março 2005

A vida é imperfeita

“ Não podemos deixar de errar o principal em quase tudo que fazemos. Que tem isso? A vida não é questão de tirar algo de cada coisa. A vida em si é imperfeita. Todas as coisas criadas principiam a morrer na mesma hora em que começam a viver, e ninguém espera de qualquer delas que chegue a uma absoluta perfeição e muito menos que nela se mantenha. Cada indivíduo é apenas um esboço da perfeição específica prevista para o seu gênero. Por que exigir mais do que isso?”

Extraído do livro No Man is an Island de Thomas Merton
(Harcourt, Brace Jovanovich Inc., New York), 1983. p. 128
No Brasil: Homem algum é uma ilha, (Verus Editora, Campinas), 2003. p.118
Reflexão da semana de 14-03-2005

07 março 2005

Uma pessoa humana integrada

“ O pior que pode acontecer a uma pessoa já dividida em uma dúzia de compartimentos diferentes é você criar mais um e dizer a ela que esse é mais importante que todos os demais e que, daí em diante, ela deve dedicar um cuidado especial em mantê-lo separado dos outros. É o que costuma acontecer quando a contemplação é erroneamente lançada, sem prévio aviso, sobre a perplexidade e a distração do homem ocidental. As tradições orientais têm a vantagem de predispor as pessoas, mais naturalmente, para a contemplação.

A primeira coisa a fazer antes de começar a pensar sobre algo como a contemplação é tentar resgatar sua unidade natural básica, reintegrar o seu ser compartamentado em um todo coordenado e simples, e aprender a viver como uma pessoa humana integrada. Isto significa que terá que recolher os fragmentos de sua existência distraída, de forma que, quando disser 'eu', haverá alguém realmente presente para sustentar o pronome que pronunciou.”

Seeds, editado por Robert Inchausti
(Shambhala Publications: Boston & London), 2002. p. 84-85
Publicado originalmente in Cistercian Quarterly Review #18 (1983). p. 3
Reflexão da semana 7-03-2005